Viverei por ainda algum tempo. Depois, senão,
talvez - e essas palavras [menos enigmáticas
que destituídas de sentido] pronunciou-as Drakorsky,
o Terror da Noite ao se encerrar no ataúde quer esperavelmente lhe servia
de leito [com uma outra corrente de testemunhas a jurar que o disse por nada
menos que três vezes, mas ao sair para o sol.
A polêmica
seria [em princípio] fútil, pois Drakorsky nunca existiu – o que não o impedia
de aterrorizar pesadelos de crianças e adultos. De maneira nada surpreendente vivia
[se é que esse verbo se pode aplicar a um morto-vivo] em um castelo na Transilvânia
[muito mal representado por um tabique de taipa em Esperantina, Piauí, onde o
filme foi rodado] e considerações de direito autoral fizeram seu nome ser
mudado para Drakorsky [o que não adiantou nada pois do meio para o fim do próprio
filme os atores o pronunciavam como Drácula]. Claro que as plaquetes de texto [o
filme era mudo] não transpareciam tal sinceridade.
Apesar
das bilheterias pouco mais que modestas o filme trouxe ondas de interpretação
cinéfilas que não cessaram de rolar. As mais óbvias dizem ser Drakorsky o prenúncio
do que está morto-vivo – e a grande questão seria, o que está hoje morto-vivo? Para
uns, seria a virtude; para outros, os bons costumes; não faltam as queixas de que
é o respeito aos mais velhos.
Uma
corrente mais séria [e pouco popular] assevera estar a Democracia como vampiro –
anda, mas pouco mais que isso. Como disse, trata-se de explicação não muito aceita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário